01.NEMS Enterprises (North End Music Stores)
Esta foi a empresa de Brian Epstein, que gerenciou a carreira dos Beatles desde 1961. A NEMS assegurou 25% da receita da banda sobre o contrato de gravação com a EMI por um período perpétuo. Após a morte de Epstein em 1967, a empresa passou a ser controlada por seu irmão Clive Epstein e Robert Stigwood. A NEMS foi posteriormente vendida à Triumph Investment Trust, levando a disputas com os Beatles.
02. The Beatles Ltd. e The Beatles & Co.
A The Beatles Ltd. foi a primeira empresa dos Beatles, constituída em 1963. Em um esforço para driblar os impostos britânicos, o grupo se tornou empregado de uma nova corporação, a The Beatles & Co., na qual cada Beatle detinha 5% da firma e o restante 80% era gerido pela The Beatles Ltd. (que seria renomeada). A sociedade The Beatles & Co. foi formalmente dissolvida no Tribunal Superior de Londres em janeiro de 1975.
03. Apple Corps Ltd. e suas Subsidiárias (O Império Utópico)
Idealizada como uma alternativa revolucionária ao sistema capitalista e para driblar impostos, a Apple Corps Ltd. começou em 1968, evoluindo de uma empresa anterior, The Beatles Ltd.. Foi concebida como um "guarda-chuva" para as atividades artísticas e comerciais do grupo. Após a morte de John Lennon, Yoko Ono se tornou a controladora dos 25% de Lennon no império. A Apple e seus membros foram constantemente envolvidos em litígios,.
As principais subsidiárias citadas incluem:
- Apple Music / Apple Records O selo fonográfico da Apple, lançado com sucessos como "Hey Jude". Tornou-se o centro de atividades da Apple.
- Apple Electronics Ltd. Liderada por Alexis Mardas ("Magic Alex"). Responsável por um laboratório científico e invenções não realizadas, como um estúdio de gravação de 16 canais na Savile Row, considerado um "desastre total".
- Apple Retailing (Apple Boutique) A loja da Apple. Foi fechada e o estoque doado em julho de 1968, em um "gesto político" que foi, na verdade, uma decisão de negócios.
- Apple Films / Subafilms Ltd. Empresas para projetos cinematográficos, incluindo a produção de filmes e documentários.
- Apple Publishing Ltd. / Apple Music Publishing Setores para a edição musical.
- Apple Publicity Ltd. / Apple Management Ltd. Empresas de relações públicas e gerenciamento.
- Apple Tailoring Financiava o estilista John Crittle.
A empresa editora que geria os lucros das composições de Lennon e McCartney. Foi vendida em 1969 por seus fundadores, Dick James e Emmanuel Silver, para a ATV (um conglomerado sob Sir Lew Grade), levando a uma custosa batalha legal pelo controle do catálogo. Em 1985, o catálogo foi comprado por Michael Jackson. Os direitos autorais das canções dos Beatles foram subsequentemente vendidos, garantindo que fossem mantidos.
05. Harrisongs Ltd.
A editora de George Harrison. George Harrison utilizava esta empresa para gerir a receita de suas canções e, mais tarde, para realizar transações financeiras.
06. Seltaeb Inc.
Organização que, infamemente, assinou um contrato para receber 90% dos direitos de merchandising dos Beatles.
07. ABKCO (Allen & Betty Klein Company)
A empresa do contador nova-iorquino Allen Klein, nomeada gerente exclusivo dos negócios da Apple Corps Ltd. em 1969. Klein recebeu 20% das receitas da Apple e foi responsável por renegociar contratos mais lucrativos, embora tenha sido alvo de intensos processos judiciais por parte de McCartney. Klein encerrou sua gestão em 1973 e chegou a um acordo financeiro final com a Apple em 1977.
08. MPL Communications
A McCartney Productions Limited (MPL) tornou-se a empresa-matriz do império de negócios de Paul McCartney. Ela incluía diversas subsidiárias como MPL Pictures, MPL Music, MPL Productions. Sob a MPL, McCartney investiu pesadamente em editoras musicais, como a compra do catálogo de Buddy Holly, garantindo segurança financeira para sua família e provando ser um empresário de sucesso.
09. Dark Horse Records
Gravadora fundada por George Harrison em setembro de 1974, após o fim dos Beatles. Harrison lançou a Dark Horse Records com o objetivo de gravar novos talentos.
10. Ring O’ Records
Um selo de gravação de Richard Starkey (Ringo Starr), cujo nome foi sugerido por John Lennon. A empresa refletia a intenção de Starkey de apoiar novos artistas sem as burocracias da Apple.
11. HandMade Films
Companhia de cinema cofundada por George Harrison e Denis O’Brien, após Harrison hipotecar sua casa para financiar o filme A Vida de Brian, do Monty Python. A HandMade Films foi um sucesso inicial, mas sofreu grandes perdas financeiras com filmes como Shanghai Surprise, levando Harrison a uma beira de falência.
12. Bag Productions (Bag Music) e Joko Films
Empresas pertencentes a John Lennon e Yoko Ono, utilizadas para gerir suas atividades artísticas e projetos cinematográficos.
13. Singsong Ltd. e Startling Music Ltd.
Respectivamente, editora musical de George Harrison e Richard Starkey, utilizadas na rede corporativa da Apple.
14. Determined Productions Inc.
Empresa que gerenciava os direitos de imagem de personagens como Snoopy e Betty Boop, e que fechou um contrato com os Beatles para o uso de sua imagem em mercadorias em 1986.
15. Standby Films
Companhia montada por Neil Aspinall para salvaguardar e controlar o filme documentário dos Beatles, The Long and Winding Road, que estava arquivado. A Aspinall's Standby Films também recebeu salários pela gestão da Apple.
16. Euroatlantic Ltd.
Empresa de Denis O'Brien que administrava os negócios de George Harrison e os do grupo Monty Python. Foi a plataforma para o complexo esquema de evasão fiscal de Harrison.
17. Widgeon Investments
Empresa de investimentos formada por Hilary Gerrard para Richard Starkey, para administrar o dinheiro resultante de suas atividades.
O império empresarial dos Beatles evoluiu de um esquema fiscal inicial para uma complexa teia corporativa que espelhava o próprio relacionamento do grupo: inicialmente unida por ideais, mas finalmente fragmentada e mantida em xeque por advogados, contadores e interesses individuais.
Essa rede de empresas, apesar de ter sido concebida como uma fuga ao capitalismo, tornou-se, ironicamente, uma "prisão corporativa" que os consumiu. Mas que também foi - e é - essencial para a manutenção e crescimento de um império cultural e financeiro que nunca para de produzir, lançar, relançar e... lucrar!












