The Beatles - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)


Em meados de 67, o chamado "Verão do Amor" estava prestes a acontecer, que iria desencadear uma série de festivais musicais ao redor do mundo. De 57 a 67, parecia que haviam passado muito mais que dez nos, pois se até aquele momento a ordem era aproveitar a vida ao máximo, já que a guerra não poderia ser evitada, e as letras ou eram ligeiramente sexuais ou bem puras, sem qualquer contexto político ou pacifista, com um arranjo eletrizante por trás. Ou melhor dizendo, de 64 a 67 a mesma geração já não pensava do mesmo jeito, pois embora ainda houvesse quem sonhasse com a volta dos Beatles à estrada, a grande maioria agora estava voltada para o conhecimento espiritual, ou engajado em manisfestações ou simplesmente curtindo a vida. E logicamente isto refletiu na música.

Quando os Beatles fizeram Rubber Soul, todos acharam que chegara o momento de investir em algo mais profundo, logo veio o Revolver e o fim das turnês. Vários grupos que apenas copiavam à sua maneira, os Fab, estavam agora adquirindo identidade própria, colocando guitarras distorcidas, como os Monkees, o Who e os Stones estavam apostando em linhas mais melódicas como "Ruby Tuesday" e "As Tears Go By", influenciados por "Yesterday", ao mesmo tempo que tocavam a pesada "Satisfaction", os Beach Boys haviam deixado a Surf Music e estava fazendo uma espécie de Surf psicodélico. Haviam ainda os Yarbirds, os Byrds, Mamas & The Papas, e inúmeros outros grupos ingleses e americanos.

Com tanta "concorrência" e sons novos no mercado, o fim das turnês, muita gente pensou que os Beatles já estariam ultrapassados depois de um sucesso de mais três anos. Não havia como alguém fazer sucesso sem apresentar sua música ao vivo, mesmo em meio à histeria, e quem comprava os discos eram os fãs que gritavam e lotavam os estádios e que sem eles a banda acabaria terminando.

Mas enquanto os rapazes estavam compondo e trabalhando no estúdio com a idéia de lançar um disco sobre suas infâncias, mas um lançamento seria necessário, afim de parar os boatos de separação que corria nas ruas, e decidiram por lançar o single "Penny Lane/Strawberry Fields Forever", sem qualquer citação sobre qual era o lado A e o B, o que caberia ao ouvinte. Mas ainda não havia sido suficiente para calar a boca da crítica. Vale lembrar que o rock ainda era tido como música de marginais (será que hoje finalmente ela não é?) e inferior até mesmo ao blues, e que um grupo popular jamais faria sucesso por tanto tempo, ou conseguiria amadurecer seu som, sem que ele soasse "chato". Mais os Beatles seriam pioneiros novamente.

Lado 1
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Ruídos, afinação de instrumentos seguidos por uma guitarra abrem triunfantemente o disco e a faixa homônimos. Uma nova revolução provocada pelos FAB estava tendo início... Paul injeta seu baixo direto na mesa de gravação, sem usar um amplificador, abusando do timbre do seu Rickenbacker 4001C, ganho no ano anterior. Foi a primeira vez que alguém ousou fazer isto, o que deu um efeito inovador ao conjunto da música. E ainda toca guitarra base. John toca guitarra solo, assim como George, e fazem vocalizações, Ringo toca bateria e vários músicos foram recrutados da Orquestra Sinfônica de Londres para formar um naipe de metais e recriar o clima das bandas de fanfarras (dos parques de antigamente), sendo James W. Buck, Neil Sanders, Tony Randals, John Burden e G. Martin toca órgão. Foi gravada pela primeira vez em 1º de fevereiro, sendo feitos nove takes, terceira a ser gravada.

With A little Help From My Friends
Desde o início estava decidido que esta canção não iria apenas seguir a faixa título, mas sim segui-la, como se fossem um só tema. John toca sino e faz backing, não há guitarra base, portanto, o ritmo é segurado pelo baixo de Paul, que também toca piano e faz backings, George toca pandeiro e guitarra solo, Ringo dá sua contribuição vocal, numa canção composta basicamente por John para ele cantar. Diz a lenda que havia uma frase "What do you think if I sang out of tune, would you throw tomatos on me?" mas, que Ringo teria pedido que colocassem outra, pois ainda tinha lembranças dos dias em que jogavam jujubas, latas e até cadeiras no palco, e tinha receio que virasse uma nova mania. Dez takes foram feitos logo no dia 29 de março, sendo a décima segunda a ser gravada. O take 10 foi reduzido, criando um novo e várias sobreposições foram feitas.

Lucy in The Sky With Diamonds
Julian, filho de John, chegou em casa um dia com um desenho de uma menina num céu de estrelas, fazendo com que a cabeça de John retinisse e ele criasse uma canção inspirada em Alice no País das Maravilhas, um de seus contos favoritos. Mas isto deu muito pano para manga, pois depois que eles se confessaram usuários de drogas, todas suas canções começaram a ser investigadas, e descobriram que este título em siglas significava L.S.D., e a letra totalmente ao estilo poético de John, reforçava esta opinião. Mas a verdade era que foi realmente Julian, uma criança de quatro anos, na época que fez um desenho sobre sua colega de escola chamada Lucy O'Donnell.

Curiosamente, no primeiro registro da canção no estúdio houve apenas um ensaio e não gravações, uma coisa considerada extravagante, mas necessária neste auge de suas carreiras. Somente no dia 1º é que a canção foi finalmente gravada, em sete takes e uma redução, sendo a oitava a ser gravada.

Getting Better
Paul estava caminhando um dia, parece que com sua cadela Martha, quando lembrou-se de Jimmy Nichols, que tocou com eles em 64, quando Ringo operou as amígdalas, que sempre quando lhe perguntavam como iam as coisas, o otimista baterista respondia: "Está melhorando". O que gerava muitas brincadeiras. Então, a partir daí, teve a idéia principal para a letra.

As primeiras gravações foram feitas no dia 9 de março, quando sete takes foram só de ritmo, com participação de Martin tocando as cordas e não as teclas do piano. Bem inovador, sem dúvida. Reduções feitas do 7 e do 8 até o 12º. George faz um excelente trabalho vocal, roubando a cena dos vocais principais de Paul e toca, além do solo, um instrumento chamado tampura, que só foi adicionada dia seguinte. Ringo toca bateria e bongôs, os outros, os de praxe. Foi a 9ª a ser gravada.

Fixing A Hole
Mais uma vez os "intérpretes" pegaram no pé dos rapazes, dizendo que a letra se referia ao buraco causado pelas drogas injetáveis, contra as quais eles sempre foram contra. Paul estava se referindo ao buraco por onde a chuva entra, numa analogia brilhante entre este buraco e o buraco mental que faz a mente vagar, sem seguir em frente. (Pode servir como conselho a estes intérpretes)

No dia 9 de fevereiro, foi gravada pela primeira vez já com vocais e não só instrumentação. Situação incomum para estes dias. Há dúvidas se quem toca o cravo é Paul, pois embora Neil Aspinall tenha dito que foi ele, há registros de que a obra foi gravada em três takes ao vivo e Paul figura tocando baixo e cravo em todas. Como sabemos que ele é ótimo, mas não tem quatro mãos, então provavelmente o cravo deve ter sido tocado por outra pessoa, ou sobreposto mais tarde. John toca maracas. Foi a quinta a ser gravada.

She's Leaving Home
Paul leu uma estória no Daily Mail, sobre uma jovem de nome: Melanie Cole que abandonou a casa de seus pais ricos. Assim como John, Paul também tirava muito de sua inspiração em meio aos jornais, mas sempre fazendo uso de sua veia lírica.

Foi gravada pela primeira vez em 17 de março, a décima-primeira, em seis takes só de cordas, harpa, violinos, violoncelos e contrabaixo executados por Erich Gruenberg, Derek Jacobs, Trevor Williams, José Luis Garcia, John Underwood, Stephen Shingles, Dennis Vegay, Alan Daiziel, Gordon Pearce e Sheila Bromberg. Sòmente no dia eles adicionaram vozes. Apenas John e Paul cantam nesta faixa e a voz de John foi gravada duas vezes e sobreposta ao backing original, dando um efeito um pouco metálico. Diz a lenda que nesta faixa há uma citação à hora em que Paul teria sofrido o acidente.

Being for The Benefit of Mr. Kite
John se inspirou num cartaz de propaganda de um circo do século XIX de propriedade dePablo Fanque para escrever esta, que recebeu o título de "Salvador Dali Oral" de George Martin.

Gravada pela primeira vez em 17 de fevereiro, no mesmo dia do single Strawberry Fields / Penny Lane", foi a sexta, com 7 takes mais dois de reduções e sobreposições. Os primeiros sete foram apenas instrumentais : baixo, bateria e harmoniuns, tocados por George, Ringo, Mal Evans e Neil Aspinall. Muitas sobreposições foram feitas em vários dias de gravação, com John tocando órgão, Martin órgão Wullitzer e piano, George bateria, Paul baixo e guitarra.

Mas, depois de tantos dias, o resultado ainda não se parecia com o som que John tinha em sua cabeça: ele queria que soasse como um circo e Big George teve que se virar para fazer um arranjo que soasse como isto. Como não encontrou nada, teve a idéia de cortar as fitas em pedacinhos e juntá-las, teoricamente, ao acaso. Teoricamente, pois nada na vida é por acaso. A idéia deu certo e agradou John e os outros Beatles, e a milhares de ouvintes do mundo inteiro, pois soa popular e erudita ao mesmo tempo, e no solo dá até para sentir tontura, digna de um carroucel.

Lado 2
Within You, Without You

George compôs esta obra na casa de Klaus Voormann (amigo alemão dos tempos de Hamburgo, da turma de Astrid Kirschner, desenhista da capa de Revolver, que viria a se tornar baixista da Plastic Ono Band e desenhista das capas dos "Anthology"), em Hampstead, Londres.

Foi gravada a primeira vez em 15 de março, em um take. No estúdio estavam presentes apenas George, Neil Aspinall, os funcionários, Martin e músicos contratados. Violinos: Erich Gruenberg, Alan Loveday, Paul Scherman, Ralph Elman, David Wolshal, Jack Rothenstein e Jack Greene Violoncelos: Reginald Kilbey, Alan Ford e Peter Beaven Tabla, dilruba e sword mandel foram executados por músicos indianos, amigos de George. Neil e George tocam tamboura.

Mas uma vez George recorreu ao ADT, afim de conseguir um efeito incrível para sua única composição no disco, única, mas especial. Nela, George exercita seu lado devocional mais profundamente, mostrando tudo que havia aprendido até ali. De novo, os especuladores "cutucam" uma faixa, dizendo que o título seria sobre Paul, que na verdade, significa: com ou sem você.

When I'm Sixty-Four
Foi gravada pela primeira vez em 6 de dezembro, inspirada nos 64 anos que seu James McCartney, pai de Paul, completara em julho. Por isso, o clima nos leva de volta aos anos das Big Bands dos anos 20 e 30, quando o jazz americano e o vaudeville inglês reinavam absoluto, época em que Mr. McCartney tinha sua banda. Paul toca piano, baixo e faz o vocal e um dos backings, John toca guitarra solo e faz backing, George faz backing, músicos de estúdio tocam clarinetas.

Um detalhe audível incrível que prova a inteligência musical dos rapazes, é no trecho musical que segue na segunda parte: "We shall scrimb and save" quando eles repetem vocalmente o mesmo acorde dado pela guitarra na primeira parte "You'll be older, too". Diz a lenda que a melodia foi composta nos idos de 62, mas não há provas concretas sobre isto.

Lovely Rita
Paul compôs esta, logo após saber que nos EUA chamavam as "parquimeters" de "meter maids" (moças que controlam o estacionamento dos carros e os multam).

Seria uma canção de ódio, pois a tal Rita o multou e levou seu carro embora, mas, sendo um Beatle, ele resolveu amá-la, então na canção ela se tornou uma garota legal (afinal de contas, estava cumprindo a lei). George, John e Paul friccionam pentes contra papéis para produzir um som de "cha cha cha". John e George tocam violões, Paul toca baixo e piano com Martin.

Good Morning, Good Morning
John se inspirou num comercial de flocos de milho para criar esta faixa capaz de acordar qualquer um. No dia 8 de fevereiro, quando foi gravada pela primeira vez, porém, não passava de uma canção bem simplesinha, mas mudou muito depois de sobreposições.

Eles recebem a ajuda de um grupo de Kent, The Sound Incorporated, que eles conheceram no Star Club na Alemanha, e que foram contratados por Epstein em 64: Barrie Cameron, David Glyde, Alan Holmes, saxofones, John Lee e A.N. Other, trombones e Tom French, horn. Paul toca guitarra solo, George toca a rítmica, John faz apenas os vibrantes vocais principais.

Ele tinha a idéia de reproduzir o som de uma fazenda, com sons de todo o tipo de animais (inspirado no "Pet Sounds, do grupo americano Beach Boys)

Então, se você não tinha acordado até agora, não iria escapar, pois o final iria ser mais alucinante ainda, uma cadeia alimentar onde animais maiores engolem musicalmente animais menores e de repente somos conduzidos de volta para o teatro onde a banda do Sgt, Pepper se apresentava.

Sgt Pepper's (Reprise)
George Martin, genialmente traça uma analogia entre o carcarejo do galo e a primeira nota da guitarra da banda. Paul conta até quatro para iniciar esta espécie de bis da primeira faixa, com andamento acelerado, sem os metais da abertura com todos os quatro cantando.

Foi gravada a primeira vez em 1º de abril, em nove takes. John toca maracas e guitarra solo, e os outros seus instrumentos normais. Antes que o som desapareça por completo, em meio aos aplausos, entram os acordes daquela que é a mais polêmica das faixas.

A Day In The Life
Esta canção é na verdade junção de duas canções, uma de John e outra de Paul: John começou, mas não conseguia um miolo que o deixasse satisfeito, então perguntou a Paul se ele tinha algo, e ele coincidentemente tinha um miolo, mas não tinha nem começo nem fim da música. E como mágica as duas se encaixaram e se tornaram uma só.

Como esta faixa é a gravação mais complexa de todas realizadas, tentarei fazer o melhor possível, afim de que os detalhes sejam esclarecidos e a curiosidade saciada:

Em seu primeiro dia de gravação 19 de janeiro - foram feitos 4 takes sob o nome de "In the life of..." sem a parte de Paul, apenas com as letras de John, que foram inspiradas em notícias de jornais. No dia 20 foram feitos mais três takes, já com a parte de Paul, título definitivo e sobreposições de outro vocal de John, o baixo de Paul e bateria de Ringo. Havia muito a ser feito, mas o arranjo não estava satisfazendo Ringo e Paul, então foi feito um outro.

Paul percebeu que o meio pedia uma orquestra. Pensou numa orquestra de 90 músicos tocando a menor nota que um instrumento poderia tocar e terminando com um mi maior. Indo de pianissíssimo a fortíssimo. Não haveria partituras e Paul explicaria a Martin o que queria e ele aos músicos profissionais. Eles seriam independentes, tendo o cuidado de fazer algo diferente do outro.

Depois deve ter achado que esta idéia mais parecia ter saído da cabeça de um dodecafônico (músicos eruditos contemporâneos que acham que as escalas tonais podam a criatividade musical) e a orquestra foi reduzida para 41 músicos regidos pelo próprio Paul, mas com o respeito à escala tonal. Não foram usadas partituras e eles tiveram que contar com seu feeling e Martin, que servia de ponte entre os conhecimentos práticos de ouvido de Paul e os teóricos de músicos de orquestra. Finalmente, eles entenderam tudo e se mostravam ansiosos para começar, depois de colocarem narizes e óculos falsos, para completar o clima de fantasia, com Paul regendo com um avental e tudo sendo registrado em filme e fotos!

Foram gravados quatro takes no dia de fevereiro de orquestra. John toca violão e piano, Paul baixo piano, George bongôs e piano, Ringo bateria, maracas, piano e pandeiro, Martin harmônico, Mal Evans conta o tempo (se você separar os sons em canais, ainda vai ouvir sua voz contando, pois não conseguiram limpar tudo, apenas sobrepuseram os sons) toca piano e coloca o despertador que toca antes de Paul "acordar"

Não seria nem necessário mencionar as polêmicas causadas pela canção, primeiro a notícia do fim das turnês e a mudança de visual, o isolamento em estúdio coincidiram com o posterior acidente de moto de Paul, que por causa da letra da música, todos pensaram que era de carro,que foi na verdade tirada de uma notícia de jornal sobre o acidente de Tara Browne, um jovam irlandês. Para eles esta era uma "prova contundente", uma declaração de John em música.

Além disso, girando a faixa ao contrário alguns tiveram mais certeza disso, mas não passava de uma mensagem inaudível para seres humanos (só audível para cães) mesclada com frases que escaparam durante as festas que ocorriam nas gravações do álbum.

Descobriram, ainda uma alusão as drogas "Eu gostaria de ligar", que na verdade, era uma frase corrente nas ruas de Londres na época, mas que não havia sido usada em música, ainda.

A faixa foi proibida de tocar em várias rádios, assim como Lucy in The Sky..., mas não deixaram de virar clássicos famosos. Pois, quem iria deixar de comprar um álbum dos Beatles e conhecer as faixas ?

Quebrando mais barreiras culturais novamente, o álbum foi lançado em 1º de junho de 67, sendo elogiado por público e crítica. Eles conseguiram também, quebrar o preconceito, pela primeira vez todos até os mais conservadores que os criticaram quando foram condecorados poderiam admitir que gostavam deles, sem serem tido como imaturos e ignorantes. Eles haviam crescido. Todos puderam entender por que foi necessário o fim das turnês, que podava sua criatividade.

Embora, alguns proibissem sua música de tocar nas rádios,por julgarem que incitavam o uso de drogas, eles eram considerados revolucionários, mas, não eram uma ameaça pública. Apenas queriam paz, amor e muita música.

Continuando, depois que Sgt. Pepper's foi lançado, muita gente admitiu que gostaria de tê-lo feito e muito daqueles que estavam fazendo sucesso com seus álbuns, como o Pet Sounds, dos Beach Boys, confessaram que não havia nada melhor, era o auge dos Beatles. Brian Wilson, dos Beach Boys chegou a entrar em depressão, julgando que jamais conseguiriam fazer sucesso novamente com os Beatles como concorrentes (ele é realmente bastante carente e depressivo) e só saiu dela depois que Paul declarou que o álbum havia sido inspirado em Pet Sounds, que por sua vez fora inspirado em Rubber Soul. Talvez não há muita semelhança sonora, mas sem dúvida, foi a atmosfera, confirmando a teoria da cadeia musical, ou seja, uma mínima coisa desencadeia uma coisa grandiosa que pode desencadear uma revolução sonora, pelo menos nesta época dourada. E vale dizer, foi gravado em apenas quatro canais (lembram-se de Please Please Me, em apenas dois ?) e com quatro cabeças pensantes e criativas como esta, aliadas à de George Martin e sua equipe, não há necessidade de mais nada.

Por Marcelo Scavazza Sanches