O Encontro que nunca aconteceu (ou aconteceu no coração do Rock?)

Raulzito e o Beatle Fantasma: Uma Conversa Imaginária que Abalou o Multiverso Musical

Ah, o vídeo em questão é um tesouro perdido nos arquivos do YouTube, um clipe de 2012 que captura Raul Seixas em sua essência mais crua e carismática, discorrendo sobre a morte de John Lennon com a intensidade de quem acabou de sair de um ensaio apocalíptico.

O foco principal é o suposto "encontro" de 1974 em Nova York, quando Raul, exilado e faminto por revolução, teria cruzado caminhos com Lennon em um apartamento no Dakota. Eles fumaram, filosofaram sobre paz, amor e o fim do mundo capitalista, e – pasmem! – trocaram ideias que geraram "Sociedade Alternativa", cópia descarada da Nutopia lennoniana. Raul narra os detalhes como se fosse ontem, descrevendo conversas sobre oca e espiritualidade oriental, enquanto o tom do vídeo pisca um olho cúmplice para o espectador, sussurrando "será?". É uma aula de storytelling que exalta a genialidade de Raul em reinventar sua mitologia pessoal, transformando um blefe em lenda urbana que ainda ecoa em bares de rock pelo Brasil.

Crítica afiada, mas com carinho: o vídeo brilha na honestidade brutal de Raul ao lamentar a morte de Lennon em 1980, voz embargada ecoando como um solo de guitarra solitário. Ele chora o amigo "perdido" para um tiro covarde, elevando o luto a um manifesto contra a violência – e aí, jovem espectador, você ri nervoso porque sabe que é tudo lorota, mas chora junto porque Raul faz você acreditar. Os apresentadores (Raul incluso) são mestres em equilibrar o absurdo com o autêntico; é como se o rock brasileiro ganhasse asas beatlemaníacas sem nunca perder o gingado nordestino. Exagero? Talvez, mas quem liga quando o carisma de Raul transforma pixels velhos em imortalidade?

Humor à parte, o que salva esse rolê é a camada filosófica: o vídeo cutuca a ferida da fake news avant la lettre, mostrando como Raul usava essas histórias para mascarar suas inseguranças – exílio político, vícios e a busca por um sentido maior. É crítico porque expõe o plágio cultural (Nutopia vira Sociedade Alternativa num piscar de olhos), mas elogia a audácia: Raul não copia, ele tropicaliza, injetando cachaça e baião na utopia gringa. Os hosts – com Raul no centro, um furacão de energia – nos lembram que o rock é isso: mentiras que libertam, verdades que prendem. Jovem e irreverente, o tom nos convida a dançar na beira do abismo, questionando: e se o encontro tivesse rolado de verdade? O mundo seria menos chato, com certeza.

Por fim, uma reverência aos titãs por trás das câmeras: editores anônimos que preservam esses gems do YouTube, mantendo viva a chama raulseixista. O vídeo não é perfeito – qualidade de imagem anos 80, áudio que parece gravado num porão –, mas é um hino à imperfeição humana. Raul, com sua presença magnética e timing cômico impecável, rouba a cena como um ladrão de corações; ele não só conta a história, ele a vive, nos arrastando para seu delírio coletivo. É um review elogioso porque, inverídico ou não, esse "encontro" nos deu hinos eternos. Assista, ria, chore e saia cantando "Ouro de Tolo" – porque no fim, o maior mito é acreditar que a realidade é mais interessante que a ficção.

Mais dois vídeos
Pensa que a pérola acima é o único vídeo em que Raul narra seu "encontro" com John Lennon? Pois ele falou isso várias vezes, em entrevistas gravadas em vídeos e publicadas em jornais e revistas. Abaixo, dois outros vídeos com Raul reafirmando a mesma coisa. Divirta-se!