- Apple Music / Apple Records O selo fonográfico da Apple, lançado com sucessos como "Hey Jude". Tornou-se o centro de atividades da Apple.
- Apple Electronics Ltd. Liderada por Alexis Mardas ("Magic Alex"). Responsável por um laboratório científico e invenções não realizadas, como um estúdio de gravação de 16 canais na Savile Row, considerado um "desastre total".
- Apple Retailing (Apple Boutique) A loja da Apple. Foi fechada e o estoque doado em julho de 1968, em um "gesto político" que foi, na verdade, uma decisão de negócios.
- Apple Films / Subafilms Ltd. Empresas para projetos cinematográficos, incluindo a produção de filmes e documentários.
- Apple Publishing Ltd. / Apple Music Publishing Setores para a edição musical.
- Apple Publicity Ltd. / Apple Management Ltd. Empresas de relações públicas e gerenciamento.
- Apple Tailoring Financiava o estilista John Crittle.
Mais de 20 empresas foram usadas para gerenciar o império dos Beatles
Paul McCartney critica a COP30 por servir carne
Em carta dura à presidência do evento, Paul McCartney compara servir carne na cúpula a distribuir cigarros em uma conferência sobre câncer.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), sediada na capital paraense, Belém, mal iniciou seus trabalhos e já enfrenta uma crítica contundente de uma figura de peso internacional. O ex-Beatle Paul McCartney, conhecido ativista, enviou uma carta aberta direcionada ao presidente do evento, André Corrêa do Lago, contestando duramente a decisão de incluir pratos à base de carne no cardápio oficial da cúpula.
Atuando em nome da organização de direitos dos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), McCartney foi direto em sua solicitação para que o evento adote uma postura 100% vegetariana, alinhando as ações práticas da conferência à sua missão declarada. “Escrevo em nome dos meus amigos da PETA para pedir que vocês alinhem o cardápio da COP30 com a sua missão, tornando-o totalmente vegetariano. Isso reduziria significativamente a pegada de carbono e o impacto ambiental geral do evento, servindo de exemplo positivo para o mundo seguir”.
O ponto mais incisivo da crítica do artista britânico veio na forma de uma analogia poderosa, sublinhando a hipocrisia percebida. Para McCartney, a presença de produtos de origem animal em uma discussão global sobre o clima é um contrassenso flagrante. “Servir carne em uma cúpula climática é como distribuir cigarros em uma conferência sobre prevenção do câncer!”, disparou o músico na comunicação oficial.
McCartney também destacou a ironia da localização do evento. A escolha de Belém, porta de entrada da Amazônia, deveria, segundo ele, reforçar o compromisso com a proteção ambiental. “É apropriado que a COP30 seja realizada em Belém, a porta de entrada para a Amazônia, cuja floresta tropical é frequentemente chamada de 'os pulmões da Terra' porque absorve e armazena grandes quantidades de dióxido de carbono, liberando oxigênio”.
O músico conectou diretamente a indústria da pecuária, necessária para o menu criticado, à destruição do bioma que a conferência visa proteger. “A indústria da pecuária é uma das principais responsáveis pelo desmatamento e pela catástrofe climática que está devastando o planeta. A criação de gado é responsável por 80% do desmatamento da floresta amazônica. Além disso, a prática de cortar e queimar a floresta para abrir espaço para a criação de gado, juntamente com as condições de seca induzidas pelas mudanças climáticas, está fazendo com que a Amazônia queime a uma taxa alarmante”.
A carta revela a surpresa do ativista com os planos atuais do evento, que preveem apenas 40% de opções vegetarianas. “Proteger a Amazônia, que sustenta a vida, deve ser uma prioridade máxima para ambientalistas de todas as nacionalidades, por isso fiquei chocado ao saber que apenas 40% dos alimentos servidos na COP30 estão atualmente previstos para serem vegetarianos”.
McCartney concluiu reforçando o apelo: “O próprio site da COP30 confirma que as refeições à base de plantas têm uma pegada de carbono substancialmente menor, por isso peço que vocês deem o exemplo e tornem a conferência totalmente vegetariana".
Bobby "Twitchy" Dykins
Em 15 de julho de 1958, John Lennon, ais dezessete anos, esperava na pequena casa onde sua mãe, Julia, morava com Bobby "Twitchy" Dykins. John nunca gostou dele. O cabelo de Twitchy era ralo e pegajoso, com a camada oleosa que ele fazia todas as manhãs pressionando os dedos na margarina e penteando-os. Ele tossia com frequência, se movia nervosamente e parecia uma presença indesejada. No entanto, sempre que Julia estava presente, sua voz e riso suavizavam tudo ao seu redor. Para John, ela era a luz do ambiente.
Naquele dia, Julia tinha ido visitar sua irmã Mimi para conversar sobre a possibilidade de John ficar com elas. Twitchy se recusou a assumir a responsabilidade, então Julia carregou a preocupação no coração e tentou encontrar um lugar melhor para o filho. No caminho para casa, enquanto seus pensamentos ainda estavam cheios dele, a vida a atingiu com uma crueldade incompreensível.
John ouviu uma batida na porta. Quando a abriu, dois policiais estavam lá. Suas vozes eram calmas, quase ensaiadas. Perguntaram se ele era filho de Julia. Parecia uma cena de filme, até que a frase seguinte despedaçou tudo. Sua mãe havia sido atropelada. Ela se foi. John sentiu o mundo ficar branco. Os pensamentos desapareceram. O único som era a batida do seu próprio coração, de repente alta demais.
Ele e Twitchy correram para um táxi rumo ao Hospital Geral de Sefton. John falou sem parar durante toda a viagem, a voz embargada, despejando tudo o que não conseguia conter. Falava em círculos, desesperado, como se as palavras pudessem apagar o que acabara de ouvir. O taxista mal respondeu. Apenas resmungou de vez em quando, em silêncio diante de uma dor grande demais para estranhos.
Chegaram, e John não conseguiu entrar. Permaneceu no banco de trás, tremendo. Twitchy entrou sozinho. Quando voltou, estava tremendo e chorando. Perguntou quem cuidaria das crianças agora. As palavras foram como um golpe. John o odiou naquele instante. Sua mãe acabara de morrer. O mundo havia parado. E, no entanto, o homem à sua frente pensou primeiro em fardos e deveres. A dor dentro de John se transformou em algo agudo e ardente.
Julia era a própria alegria. Ela ensinou John a ouvir a beleza na música, o incentivou a sonhar e riu de todo o coração. Perdê-la significava perder a única pessoa que o fazia se sentir completamente compreendido. Naquela noite, no canto de um táxi silencioso, ele sentiu-se despedaçado. A escuridão ao seu redor era densa. Uma parte dele jamais se recuperaria.
Anos depois, o mundo conheceria John Lennon como uma lenda, uma voz que remodelou a música. Mas por trás da fama vivia o menino daquela noite, o menino que não conseguia encarar a porta do hospital, o menino cujo coração se despedaçou. Em suas canções, ainda se ouve o eco da mãe que o amou primeiro, a saudade silenciosa de um filho que nunca deixou de sentir sua falta.
O que aconteceu nos dois anos entre uma foto e outra?
Apenas dois anos separavam os dois eventos — 8 de agosto de 1967 e 8 de agosto de 1969 — e, no entanto, parecia que uma vida inteira havia se passado para John Lennon. Em 1967, ele ainda carregava uma centelha de travessura juvenil, um homem surfando na onda da Beatlemania, cercado por risos, curiosidade e um mundo que acreditava que os Beatles eram infalíveis. Ele explorava novos sons, novas ideias e novas maneiras de se enxergar. O mundo parecia vasto e aberto.
Em 1969, esse mundo havia mudado. Os Beatles não eram mais os quatro garotos de Liverpool; eram quatro homens em uma encruzilhada de mudanças.
Sua música havia se aprofundado, seus relacionamentos haviam sido testados e John começara a buscar algo além da fama. Ele parecia mais velho, mais pensativo, como se carregasse um peso invisível. O homem que antes buscava a emoção dos palcos agora buscava significado no amor, na arte e na identidade.
As pressões que o cercavam — a fama, os conflitos internos na banda, um casamento instável e as feridas não cicatrizadas da infância — deixaram marcas que nenhuma câmera poderia esconder. No fim da vida, o trauma, o vício, a insegurança e o escrutínio público implacável o moldariam de maneiras que nem ele nem o mundo compreendiam completamente. Sua transformação não foi apenas física; foi espiritual, emocional e dolorosamente humana.
Naqueles dois verões, podemos ver um jovem sonhador se tornar um homem que questionava tudo, inclusive a si mesmo. Sua evolução foi turbulenta, mas dentro dela residia o mesmo coração frágil que um dia compôs canções sobre saudade e amor. A jornada de 1967 a 1969 nos ensina algo atemporal: até mesmo os ícones crescem, mudam e lutam. E, às vezes, as histórias mais poderosas são escritas não apenas em sua música, mas na maneira silenciosa como seus olhos começam a enxergar o mundo de uma nova maneira.
John, Yoko e a família Hong
No início da década de 1970, quando o mundo via John Lennon e Yoko Ono como ícones de vanguarda vivendo no brilho da fama, duas meninas em San Mateo, Califórnia, os conheciam simplesmente como "Sr. John e sua esposa". Barbara e Emily Hong, filhas de imigrantes chineses, cresceram em um pequeno duplex onde o dinheiro era escasso, mas o amor era abundante.
Seu pai, um humilde herborista, cruzou o caminho de Lennon e Ono por acaso, um encontro que mudaria silenciosamente o curso da vida da família Hong. John e Yoko começaram a visitar a modesta casa da família com frequência. Sentavam-se à mesa da cozinha, comendo refeições caseiras simples, rindo facilmente e conversando por horas. Para os Hongs, eles não eram lendas do rock ou celebridades — eram amigos gentis que traziam aconchego e curiosidade para sua pequena casa.
Certa tarde, Lennon sentou-se ao piano vertical e começou a tocar uma nova música, cantarolando a melodia suavemente. A música era “Imagine”. As irmãs não entendiam completamente o que estavam ouvindo naquele dia, mas a lembrança daquela voz suave preenchendo a sala de estar nunca as abandonou.
Quando a tragédia aconteceu em 1975 e o Sr. Hong faleceu, a família teve que lutar para sobreviver. Mas a gentileza demonstrada por John e Yoko não foi passageira. Discretamente, sem publicidade, eles começaram a enviar cheques – às vezes de milhares de dólares – para garantir que Barbara e Emily tivessem comida, material escolar e um lar seguro.
Anos depois, Barbara e Emily escolheram vidas dedicadas a ajudar os outros. Envolveram-se com a caridade por toda a vida, levando adiante o mesmo espírito que um dia entrou pela porta da frente de suas casas, de jeans e óculos redondos.
Laurie Kaye - ela realizou a última entrevista de John Lennon
Quando Laurie Kaye entrou no The Dakota em 8 de dezembro de 1980, pensou que seria a entrevista da sua carreira: uma conversa tranquila com John Lennon sobre a vida, o amor e a música. Ela havia sido instruída a não mencionar os Beatles, a não reviver velhas memórias. O foco, disseram, deveria estar no presente: em Double Fantasy, em sua nova energia, na alegria que ele havia reencontrado na família e na criatividade.
Mas, quando o gravador ligou, o próprio John quebrou essa regra. Sua voz era calma, pensativa, um pouco brincalhona. Ele falou de Paul, de Yoko, do passado do qual tentou escapar. Falou sobre como os Beatles tinham sido uma bênção e um fardo — como o barulho, a fama, as turnês intermináveis haviam engolido grande parte de sua vida. No entanto, não havia amargura em suas palavras, apenas paz. Ele não estava mais fugindo do passado. Estava aprendendo a fazer as pazes com ele, a incorporá-lo suavemente à pessoa que ele havia se tornado. Pela primeira vez em anos, ele parecia livre.
Laurie não poderia imaginar que esta seria sua última entrevista — a última vez que John Lennon compartilharia sua voz com o mundo. Poucas horas depois, sua vida mudou para sempre. A notícia do assassinato dele se espalhou pela noite como um incêndio.
Repórteres ligaram, emissoras imploraram e, antes mesmo que o choque passasse, Laurie estava sendo levada às pressas para os estúdios, com o rosto pálido e os olhos pesados de descrença. Ela não havia dormido. Ainda conseguia ver a dor de Yoko no hospital. No entanto, lá estava ela, sentada sob as luzes brilhantes do Today Show, tentando encontrar palavras quando seu coração mal conseguia entender o que havia acontecido.
Em uma noite, ela passou de entrevistadora a testemunha, de capturar as reflexões de um homem sobre a vida a falar sobre sua morte. Essa mudança insuportável ainda a assombrava por anos. O que ela mais se lembrava não era de sua fama ou lenda, mas de seu calor. O jeito como ele ria com Yoko, o jeito como seus olhos se suavizavam quando falava de Sean, o jeito como ele falava sobre recomeçar, como se realmente acreditasse que ainda havia muito tempo pela frente.
A história de Laurie Kaye não é apenas sobre tragédia. É sobre a fragilidade dos momentos — como uma única conversa pode se tornar uma despedida, como uma voz que preencheu o mundo pode ser silenciada em um instante, mas ainda ecoar por gerações. Naquele dia de inverno em Nova York, John Lennon não apenas gravou suas últimas palavras. Ele deixou para trás uma lembrança do que finalmente havia encontrado: paz, amor e a beleza silenciosa de estar vivo.
Quem são as mulheres da vida de Julian Lennon?
Julian Lennon passou a maior parte da vida caminhando na linha tênue entre a fama e a solidão. Como filho mais velho de John Lennon e Cynthia Powell, seu nome, por si só, carregava um legado pesado demais para a maioria. Desde cedo, ele foi observado, comparado e frequentemente incompreendido — o menino calado por trás da sombra de um pai famoso. No entanto, apesar de tudo, Julian se tornou dono de si mesmo, alguém que buscava a paz em vez da publicidade, a verdade em vez do barulho e um amor real, que não se refletia nas manchetes.
Em sua juventude, o coração de Julian encontrou conexão com pessoas que, como ele, entendiam o estranho mundo da fama. Um de seus primeiros grandes amores foi Jenny Boyd, modelo e atriz de uma família ligada à era do rock 'n' roll. O tempo que passaram juntos na década de 1980 foi curto, mas significativo — uma terna tentativa de normalidade em uma vida que era tudo menos comum. Mais tarde, veio Kathy, outro capítulo breve, mas sincero, marcado por seu anseio por privacidade e o desafio de equilibrar o amor com o olhar fixo do mundo.
Talvez o mais duradouro de seus primeiros amores tenha sido Lucy Wilkins, modelo e atriz que foi sua companheira por vários anos na década de 1990. Juntos, eles compareceram a estreias e eventos, com seu afeto silencioso visível até mesmo em meio às câmeras. Quando o relacionamento terminou, foi discretamente, sem drama — apenas duas almas se separando com respeito e a dor de saber como é difícil amar quando o mundo continua observando.
Agora na casa dos sessenta, Julian continua solteiro, não por solidão, mas por escolha própria. Ele falou abertamente sobre como suas experiências o moldaram — como ele valoriza a paz, a criatividade e a autenticidade acima de tudo. Sua música se tornou sua companheira mais fiel, um reflexo de seu coração e das lições que a vida lhe ensinou. Julian Lennon pode não ter seguido o caminho tradicional do casamento ou da família, mas, com seu jeito calmo e firme, construiu algo muito mais duradouro: uma vida guiada pela gentileza, pela profundidade e pela coragem silenciosa de viver honestamente, em seus próprios termos.
Em nossa pesquisa, também encontramos referências às seguintes namoradas que o Julian teve:
Kate Latto: Uma ex-namorada de 1981.
Olivia d'Abo: Uma atriz britânica com quem ele namorou no início dos anos 1990. Ela também fez backing vocals em seu álbum de 1991, Help Yourself.
Lucy Bayliss: Uma ex-modelo e sócia que namorou Lennon de 1997 a 2007.
Rebecca Warfield: Ela está atualmente listada como sua empresária e sócia. Mas não é considerada uma relação afetiva.
O Encontro que nunca aconteceu (ou aconteceu no coração do Rock?)
Raulzito e o Beatle Fantasma: Uma Conversa Imaginária que Abalou o Multiverso Musical
Ah, o vídeo em questão é um tesouro perdido nos arquivos do YouTube, um clipe de 2012 que captura Raul Seixas em sua essência mais crua e carismática, discorrendo sobre a morte de John Lennon com a intensidade de quem acabou de sair de um ensaio apocalíptico.
O foco principal é o suposto "encontro" de 1974 em Nova York, quando Raul, exilado e faminto por revolução, teria cruzado caminhos com Lennon em um apartamento no Dakota. Eles fumaram, filosofaram sobre paz, amor e o fim do mundo capitalista, e – pasmem! – trocaram ideias que geraram "Sociedade Alternativa", cópia descarada da Nutopia lennoniana. Raul narra os detalhes como se fosse ontem, descrevendo conversas sobre oca e espiritualidade oriental, enquanto o tom do vídeo pisca um olho cúmplice para o espectador, sussurrando "será?". É uma aula de storytelling que exalta a genialidade de Raul em reinventar sua mitologia pessoal, transformando um blefe em lenda urbana que ainda ecoa em bares de rock pelo Brasil.
Crítica afiada, mas com carinho: o vídeo brilha na honestidade brutal de Raul ao lamentar a morte de Lennon em 1980, voz embargada ecoando como um solo de guitarra solitário. Ele chora o amigo "perdido" para um tiro covarde, elevando o luto a um manifesto contra a violência – e aí, jovem espectador, você ri nervoso porque sabe que é tudo lorota, mas chora junto porque Raul faz você acreditar. Os apresentadores (Raul incluso) são mestres em equilibrar o absurdo com o autêntico; é como se o rock brasileiro ganhasse asas beatlemaníacas sem nunca perder o gingado nordestino. Exagero? Talvez, mas quem liga quando o carisma de Raul transforma pixels velhos em imortalidade?
Humor à parte, o que salva esse rolê é a camada filosófica: o vídeo cutuca a ferida da fake news avant la lettre, mostrando como Raul usava essas histórias para mascarar suas inseguranças – exílio político, vícios e a busca por um sentido maior. É crítico porque expõe o plágio cultural (Nutopia vira Sociedade Alternativa num piscar de olhos), mas elogia a audácia: Raul não copia, ele tropicaliza, injetando cachaça e baião na utopia gringa. Os hosts – com Raul no centro, um furacão de energia – nos lembram que o rock é isso: mentiras que libertam, verdades que prendem. Jovem e irreverente, o tom nos convida a dançar na beira do abismo, questionando: e se o encontro tivesse rolado de verdade? O mundo seria menos chato, com certeza.Por fim, uma reverência aos titãs por trás das câmeras: editores anônimos que preservam esses gems do YouTube, mantendo viva a chama raulseixista. O vídeo não é perfeito – qualidade de imagem anos 80, áudio que parece gravado num porão –, mas é um hino à imperfeição humana. Raul, com sua presença magnética e timing cômico impecável, rouba a cena como um ladrão de corações; ele não só conta a história, ele a vive, nos arrastando para seu delírio coletivo. É um review elogioso porque, inverídico ou não, esse "encontro" nos deu hinos eternos. Assista, ria, chore e saia cantando "Ouro de Tolo" – porque no fim, o maior mito é acreditar que a realidade é mais interessante que a ficção.
Mais dois vídeos
Pensa que a pérola acima é o único vídeo em que Raul narra seu "encontro" com John Lennon? Pois ele falou isso várias vezes, em entrevistas gravadas em vídeos e publicadas em jornais e revistas. Abaixo, dois outros vídeos com Raul reafirmando a mesma coisa. Divirta-se!
05/02/1967: Lennon e McCartney gravam com os Stones
Os Stones escandalizaram “o estado”, e numa demonstração de apoio, Lennon e McCartney emprestaram suas vozes para ‘We Love You’.
A relação Beatles/Stones esteve no auge durante 1967. NT: Vale a pena lembrar o fato de Allen Ginsberg também ter participado das gravações. Ele disse sobre John e Paul: "dois jovens príncipes em seu esplendor."
Ringo Starr leu o roteiro do filme sobre os Beatles e pediu revisões
O lendário baterista Ringo Starr, ícone eterno do mundo da música, demonstrou seu lado prático ao intervir diretamente na produção de uma grandiosa cinebiografia sobre os Beatles. Conhecido por espalhar mensagens de paz e amor, ele não hesitou em apontar correções necessárias ao diretor Sam Mendes, que comanda o projeto inovador dividido em quatro filmes. Essa colaboração visa garantir que a narrativa reflita com fidelidade os eventos reais da banda que revolucionou o rock.
Em uma conversa reveladora concedida ao jornal The New York Times, Starr compartilhou detalhes de um encontro marcante ocorrido em abril, em Londres. Durante dois dias intensos, ele e Mendes dissecaram o roteiro palavra por palavra, com o músico oferecendo diversas sugestões para tornar a história mais autêntica. Aos 85 anos recém-completados em 7 de julho, Ringo enfatizou a importância de uma representação honesta, especialmente em trechos que envolvem sua vida pessoal. O filme, no qual ele será vivido pelo ator Barry Keoghan, de “Saltburn”, promete capturar os altos e baixos da trajetória dos Fab Four.
Uma das maiores inquietações de Starr girava em torno da depiction de sua família e de seu primeiro casamento com Maureen Starkey Tigrett. Ele notou discrepâncias significativas no texto original, que não capturavam a essência de suas experiências reais. “Ele tinha um roteirista — muito bom, de grande reputação, e ele escreveu muito bem — mas não tinha nada a ver comigo e com a Maureen”, explicou. “Não era assim que a gente era. Eu dizia: ‘A gente nunca faria isso.’” Essa intervenção direta resultou em revisões que aproximaram o enredo da verdade vivida pelo artista.
Ringo e Maureen oficializaram o casamento em 1965, dando início a uma união que gerou três filhos: Zak Starkey, que já dividiu palcos com bandas como Oasis e The Who; Jason; e Lee. A separação do casal veio em 1975, após uma década repleta de memórias intensas. Dois anos depois, em 1981, Starr encontrou novo amor ao lado da atriz e modelo Barbara Bach, com quem permanece casado até hoje. Essas etapas familiares, tão centrais em sua jornada, ganharam um tratamento mais preciso graças às observações do baterista, evitando distorções que poderiam alterar o legado pessoal de sua história.
Com as alterações implementadas, Ringo expressou maior contentamento com a versão atual do roteiro, embora ainda se intrigue com os desafios logísticos do projeto. Imaginar a filmagem simultânea de quatro longas-metragens parece uma empreitada hercúlea, mas ele confia na visão criativa de Mendes. “Mas ele vai fazer o que tiver que fazer”, disse Starr. “E eu vou mandar paz e amor pra ele.” Essa atitude otimista reflete o espírito resiliente que sempre marcou a carreira do músico, mesmo diante de produções de tal magnitude.
O elenco estelar já conta com nomes promissores para dar vida aos membros da banda: Harris Dickinson, de “Triângulo da Tristeza” e “The Iron Claw”, interpretará John Lennon; Paul Mescal, revelação de “Aftersun” e “Gladiador II”, assumirá o papel de Paul McCartney; e Joseph Quinn, conhecido por “Stranger Things” e também “Gladiador II”, encarnará George Harrison. Essa escolha de atores talentosos eleva as expectativas, prometendo performances que honrem a complexidade de cada integrante dos Beatles.
Responsáveis pelos roteiros, os escritores Jez Butterworth (“Ford vs Ferrari”, “007: Spectre”), Peter Straughan (“O Espião que Sabia Demais”) e Jack Thorne (“Enola Holmes”) trazem um currículo premiado à mesa. Ainda não se sabe ao certo como eles dividirão as tarefas entre os quatro filmes ou se trabalharão de forma integrada, mas sua expertise garante um texto rico e envolvente. O lançamento está agendado para o começo de 2028, sob o título provisório “The Beatles – A Four Film Cinematic Event”.
Essa cinebiografia representa um marco histórico, sendo a primeira vez que a Apple Corps Ltd., empresa dos Beatles, e os próprios ex-membros liberam o uso integral de suas biografias e catálogo musical em uma produção ficcional. Cada filme focará em um dos quatro integrantes, mas as narrativas se entrelaçarão para tecer o relato completo da ascensão da maior banda de todos os tempos, repleto de surpresas e lições eternas sobre criatividade, amizade e o preço da fama.
Paul McCartney tocou “Help!” pela primeira vez desde 1990
Com Paul McCartney pronto para começar outra rodada de datas da turnê Got Back! hoje à noite, 29 de setembro, ele e sua fiel banda de apoio subiram ao palco do intimista Santa Barbara Bowl na sexta-feira, 26 de setembro, para um show especial de aquecimento.
Uma experiência sem celular, na qual os fãs no local tiveram que manter seus celulares guardados até o show terminar, foi sem dúvida uma noite mágica de música de McCartney sob as estrelas — e o set começou com uma pequena surpresa.
O hit clássico dos Beatles, “Help!”, abriu o repertório, marcando a primeira vez que ele tocou a música em um show desde 1990.
No restante da apresentação de Paul incluiu muitas de suas músicas esperadas de seus Beatles, Wings e solo, bem como “Now & Then”, a canção dos Beatles de 2023 que foi composta usando gravações de arquivo dos falecidos companheiros de banda George Harrison e John Lennon.
Setlist:
Help! (música dos Beatles)
Coming Up
Got to Get You Into My Life (música dos Beatles)
Let Me Roll It (música dos Wings)
Getting Better (música dos Beatles)
Let ‘Em In (música dos Wings)
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty-Five (música dos Wings)
I’ve Just Seen a Face (música dos Beatles)
Love Me Do (música dos Beatles)
Dance Tonight
Blackbird (música dos Beatles)
Now and Then (música dos Beatles)
Lady Madonna (música dos Beatles)
Jet (música dos Wings)
Ob-La-Di, Ob-La-Da (música dos Beatles)
Get Back (música dos Beatles)
Let It Be (música dos Beatles)
Live and Let Die (música dos Wings)
Hey Jude (música dos Beatles)
Encore:
I’ve Got a Feeling (música dos Beatles) (dueto virtual com John Lennon do show no terraço dos Beatles, com nova coda)
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise) (música dos Beatles)
Helter Skelter (música dos Beatles)
Golden Slumbers (música dos Beatles)
Carry That Weight (música dos Beatles)
The End (música dos Beatles)
As datas da turnê Got Back! começam para valer hoje à noite:
29 de setembro — Palm Desert, CA — Acrisure Arena
4 de outubro — Las Vegas, NV — Allegiant Stadium
7 de outubro — Albuquerque, NM — Isleta Amphitheatre
11 de outubro — Denver, CO — Coors Field
14 de outubro — Des Moines, IA — Casey’s Center
17 de outubro — Minneapolis, MN — US Bank Stadium
22 de outubro — Tulsa, OK — BOK Center
25 de outubro — San Antonio, TX — Alamodome
29 de outubro — Nova Orleans, LA — Smoothie King Center
2 de novembro — Atlanta, GA — State Farm Arena
3 de novembro — Atlanta, GA — State Farm Arena
6 de novembro — Nashville, TN — The Pinnacle
8 de novembro — Columbus, OH — Nationwide Arena
11 de novembro — Pittsburgh, PA — PPG Paints Arena
14 de novembro — Buffalo, NY — KeyBank Center
17 de novembro — Montreal, QC — Bell Centre
18 de novembro — Montreal, QC — Bell Centre
21 de novembro — Hamilton, ON – TD Coliseum
24 de novembro – Chicago, IL — United Center
25 de novembro – Chicago, IL — United Center
Power to the People, o box que provoca e encanta
Um mergulho no legado rebelde de John Lennon, entre relíquias, cortes polêmicos e debates que soam como um acorde dissonante
O recém-anunciado box *Power to the People* é um convite irresistível para revisitar John Lennon em sua fase mais explosiva em Nova York. Com curadoria de Sean Ono Lennon, a coletânea entrega um arsenal de demos, outtakes e registros ao vivo que reacendem a chama de um artista que nunca teve medo de incomodar. São nove CDs (ou quatro LPs, para os devotos do vinil) que prometem mais de cem faixas inéditas ou raras — um verdadeiro tesouro sonoro.
Ainda assim, há um detalhe impossível de ignorar: a ausência de “Woman Is the Nigger of the World”. Essa canção de 1972, fruto da parceria entre John e Yoko, sempre foi polêmica pela força da metáfora, mas também pela crueza da palavra que a batiza. O corte soa como uma mancha numa celebração que se propõe justamente a entregar “poder ao povo”.
Sean, com sua visão contemporânea, defende a decisão de deixar a faixa de fora. Em tempos de sensibilidades à flor da pele, explica que o impacto de certas palavras poderia distorcer a mensagem central do box. É um argumento válido, mas que abre espaço para a velha discussão: a arte deve ser editada para caber nos limites do presente?
A conversa ganha corpo graças ao olhar afiado de Marcelo Fróes, que no vídeo analisa o lançamento com entusiasmo de quem respira Beatles desde sempre. Ele não hesita em apontar o paradoxo: retirar uma das músicas mais combativas de Lennon de uma coleção chamada *Power to the People* soa, no mínimo, irônico. Fróes transforma a polêmica em lição, lembrando que o contexto histórico é parte da arte.
O crítico brasileiro ainda ressalta as joias que o box oferece, como registros raríssimos de “Cold Turkey” ou os remixes inéditos do icônico One to One Concert. É esse equilíbrio entre encanto e crítica que dá peso ao debate: o box brilha como uma cápsula do tempo, mas deixa no ar a pergunta sobre até onde se pode polir um artista que sempre viveu de arestas.
Entre provocações e risadas nervosas, o vídeo conduz a discussão de forma leve, sem perder a seriedade que o tema exige. A apresentadora surge como mediadora eficiente, pontuando reflexões e mantendo a conversa acessível sem diluir sua força crítica.
O pano de fundo é claro: Power to the People não é apenas um produto de colecionador, mas um retrato da eterna tensão entre legado artístico e sensibilidades atuais. É impossível não se encantar com a riqueza do material reunido, ao mesmo tempo em que se questiona a ausência de uma canção que simboliza justamente a coragem de Lennon em afrontar convenções.
No fim, o box é um triunfo — ainda que incompleto. Oferece a chance de ouvir Lennon cru, apaixonado e em plena ebulição criativa, mas também provoca a reflexão sobre como lidamos com o passado. E talvez essa seja sua maior vitória: não apenas resgatar músicas, mas reacender o debate sobre o poder, os limites e a responsabilidade da arte.
























